Saiba mais sobre o cenário da construção civil em meio à inflação causada pela pandemia do coronavírus.
A crise econômica causada pela pandemia do coronavírus afetou diversos setores nos últimos meses. A construção civil, por exemplo, registrou a maior alta de preços nos últimos 28 anos.
Segundo o levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços do setor da construção apresentaram um aumento de 38,66% nos últimos 12 meses (sem considerar custos com fretes e impostos). E um dos maiores responsáveis por essa inflação é o aço, um item essencial na construção civil e demais segmentos.
Entre maio de 2020 e 2021, o preço do aço em reais subiu mais de 72,6%. No Brasil, a tonelada do material já ultrapassa o valor de R$ 5 mil.
Já o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou uma taxa de inflação de 1,87%, em abril de 2021.
Devido ao aumento, o custo por metro quadrado da construção passou a ser de R$ 1.363,41, já o metro quadrado da mão de obra encareceu 0,18% no mês, custando R$ 574,31.
A disparada nos preços da construção civil foi causada por uma série de motivos, como a alta do dólar e a desvalorização do real em cerca de 40% no período de um ano, — fator que encareceu a compra doméstica de commodities produzidas no Brasil, como minério de ferro e ligas metálicas.
Além disso, o preço em dólar de diversas matérias-primas utilizadas no setor, como minério de ferro, alumínio e cobre, continua com aumento de valor, o que tende a manter os preços em alta.
A pandemia também foi uma das responsáveis pela inflação na construção civil. Isso porque as interrupções na produção, a diferença entre oferta e demanda em meio à pandemia e a retomada da economia de países como China e Estados Unidos elevaram os preços no setor.
O aumento dos preços e custos na construção civil resulta em um cenário de maior preferência pelos empreendimentos de valor mais alto, como aponta a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Segundo a CBIC, a inflação no setor pode reduzir o incentivo de projetos populares voltados às rendas mais baixas.
Para amenizar a situação, as lideranças do setor da construção civil sugerem que o governo reduza a alíquota de importação do aço dos atuais 12% para 1%, viabilizando assim a compra do material e aliviando a alta dos preços.
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